A crise hídrica de 2021-22 é mais grave do que as anteriores: as represas estão cada vez mais secas, a conta de luz já está mais cara, corremos risco de apagões elétricos, a estiagem impacta a produção de alimentos e ameaça o abastecimento urbano, com impactos negativos para recuperação econômica e com potencial de aumentar ainda mais as tensões sociais no país.
Os aprendizados de crises anteriores precisam ser colocados em prática: não minimizar o problema, tomar decisões com base na ciência, agir de forma preventiva, transparente e com antecedência. Os próximos meses serão decisivos para evitar um cenário mais grave em 2022.
A hora de agir é agora.
Por isso, convidamos organizações da sociedade civil, movimentos sociais, gestores públicos, reguladores e prestadores de serviços de saneamento, comitês de bacia a aderirem a esse chamado e se comprometerem com as ações abaixo.
· Mobilizar os Sistemas Nacional e Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos para começarem a discutir imediatamente ações preventivas e planos de enfrentamento a eventuais restrições de usos da água;
· Instar a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para iniciar o debate e publicar o quanto antes a “Norma de referência sobre medidas de emergência e contingência, inclusive racionamento”, que trará diretrizes para a atuação de titulares de serviços, reguladores, prestadores e consumidores de água sobre as medidas que precisam ser adotadas desde já;
· Priorizar e garantir que o abastecimento de água para as populações humanas como item prioritário na agenda de alocação de recursos hídricos, norteada pelos princípios da igualdade e equidade, acessibilidade financeira e não discriminação;
· Exigir dos governos federal, estaduais e municipais transparência na divulgação de informações sobre a crise hídrica para toda a sociedade, com ampla participação dos entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), principalmente os Comitês de Bacias.
"Chamado à ação! Enfrentamento da crise hídrica 2021-22" é uma iniciativa das seguintes organizações:
Abraço Guarapiranga
Fórum Verde Permanente de Parques, Praças e Áreas Verdes
Grupo de Pesquisa GovAmb/IEE/USP
Instituto Água e Saneamento (IAS)
Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS)
Instituto Ekos
Instituto de Referência Negra Peregum
Observatório das Águas (OGA)
Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS)
Uneafro Brasil
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A partir desta articulação, a Aliança pela Água, coalizão da sociedade civil criada em outubro de 2014, passa a ser uma plataforma de diálogo e mobilização da sociedade para enfrentamento da crise hídrica 2021-22.
Super necessário! A sociedade por meio de suas organizações deve se mobilizar para conscientizarem a população e pressionar os órgãos governamentais a sair da inércia. Será que não aprendemos nada com as últimas crises?
Excelente iniciativa. O envolvimento da sociedade é absolutamente fundamental para êxito no enfrentamento dessa crise hidrica.